Justificação e Problemática
Escolhemos este projecto porque achamos muito relevante que a comunidade estudantil, e não só, possa ter acesso a toda a informação existente neste Centro de Documentação e Informação. Além disso acreditamos que o facto de a população ter acesso a mais informação da área social permitirá aumentar os seus conhecimentos, alargar os seus horizontes, e permitirá ter uma perspectiva diferente de algumas questões sociais.
Parece importante mencionarmos que o facto de termos aceite este tipo de projecto se refere também ao facto de sabermos que o mesmo terá continuidade, mesmo após o terminus do estágio, pois pretende-se que a própria população-alvo passe a ser membro activo deste trabalho, na manutenção do CDI dinamizado pelas estagiárias, focando aqui o empowerment, ou seja envolver a comunidade neste projecto e transferir para ela a capacidade de por si só manter o CDI activo e em pleno funcionamento.
Este projecto irá tratar duas probelamáticas:
- A falta de acesso à informação;
- Voluntariado.
A falta de acesso à informação é um problema que atinge a comunidade de um modo geral. Na perspectiva da EAPN : "Permitir que a população tenha acesso à informação disponível num Centro de Documentação e Informação é uma mais-valia para qualquer elemento de uma comunidade. Actualmente é fácil recorrer à internet para ter acesso a variadíssima informação, é de salientar no entanto que nem sempre essa informação disponível ao utilizador é verdadeira, ou pelo menos 100% credível. É se salientar também que por questões económicas nem todos os indivíduos/instituições tem capacidade financeira para adquirir todas estas publicações de forma que poder consultá-las de forma gratuita é sem qualquer dúvida uma ajuda."
O voluntariado pode ser visto como uma questão de cidadania, pois o mesmo é trabalho para a comunidade. Aí parece-nos possível aplicar o conceito de educação não-formal, pois de acordo com Maria da Glória Gohn (2006)"a educação não-formal é aquela que se aprende "no mundo da vida", via os processos de compartilhamento de experiencias, principalmente em espaços e acções colectivas cotidianas" mencionando ainda a mesma autora podemos afirmar que a educação não-formal tem como um dos seus objectivos educar para a cidadania "Ajuda na construção de identidade colectiva do grupo; pode colaborar para o desenvolvimento da auto-estima e do empowerment do grupo".
Entende-se que a educação não-formal uma forma de aprendizagem social que o formando assume em simultâneo o papel de formador, Luis Castanheira Pinto afirma ―…a educação não-formal é acima de tudo um processo de aprendizagem social, centrado no "formando/educando, através de actividades que têm lugar fora do sistema de ensino formal e sendo complementar deste" (Luís Castanheira Pinto: 2006), mencionando ainda Rui Canário (1999) podemos entender que este vê a educação não-formal como uma forma de aprendizagem que recorre ao voluntariado, "Um nível não formal caracterizado pela flexibilidade de horários, programas e locais, baseado geralmente no voluntariado, em que está presente a preocupação de construir situações educativas "à medida" de contextos e públicos singulares.".